A Floresta de Bolso é uma técnica mais natural de restauração ecológica da Mata Atlântica desenvolvida pelo botânico Ricardo Cardim.
Inspirada em anos de observação e estudo da literatura cientifica sobre as capoeiras naturais do bioma, sua composição de alta diversidade de espécies nativas regionais e espaçamento adensado entre mudas procura respeitar a dinâmica competitiva original das florestas tropicais jovens, o que proporciona um crescimento mais rápido, maior resiliência e menor manutenção, dentro do que pode ser chamado de “competição-cooperação” entre as suas plantas. Os diferentes tipos de crescimento das espécies aliado a alta densidade gera em pouco tempo diferentes estratos florestais, um sub-bosque, incluindo grande quantidade de espécies produtoras de recursos, como frutíferas nativas, que atraem animais polinizadores e dispersores, e melhoram o meio ambiente local. A Floresta de Bolso pode ser aplicada em cidades e fora delas, conseguindo, quando bem planejada e implantada, ocupar eficientemente e com grande êxito áreas urbanas poluídas hostis e zonas rurais com espécies exóticas invasoras, reestabelecendo rapidamente o microclima e serviços ecossistêmicos.
Plantios na metrópole paulistana desde 2013 resultaram em crescimento médio de 6 metros do dossel florestal e densa biomassa vegetal em apenas três anos após o plantio, e sem manutenção, resistindo a longos períodos de estiagem, diferentes agressões urbanas e ilhas de calor.
Como exemplo, a Floresta de Bolso de Pinheiros, SP, em área pública de 600 m² no meio de intensa malha urbana, pode ter o seu veloz desenvolvimento facilmente constatado desde maio de 2017 através da ferramenta Google Earth
A Floresta de Bolso pode ser realizada por mutirão voluntário em terrenos urbanos públicos, como ocorreu em diferentes edições de 2016 a 2019 na cidade de São Paulo junto a muitos parceiros e coletivos, e também com empresas patrocinadoras e seus colaboradores, além de constituir uma ferramenta muito eficaz para projetos de paisagismo e restauração ecológica.
Se as cidades brasileiras tivessem a Floresta de Bolso como política pública, embasada em ciência, de forma pulverizada em suas malhas urbanas, certamente seriam muito mais resilientes as mudanças climáticas e eventos climáticos extremos, proporcionariam mais saúde física e psicológica a população, e a reconectaria culturalmente a biodiversidade nativa brasileira, a maior do planeta.
O nome “Floresta de Bolso” é marca legalmente registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual-INPI.
Terreno de 500 m² cercado e abandonado em meio a dinâmica malha urbana do bairro, que era tido como particular e estava invadido. No interior apresentava as ruínas de um antigo posto de gasolina. Com o apoio da Subprefeitura de Pinheiros, e recursos de doações privadas, as edificações foram demolidas (preservando os pilares originais do posto como testemunho) e planejada uma praça pública entre o arquiteto Sérgio Fontana dos Reis, o botânico Ricardo Cardim e o ambientalista Nik Sabey. A proposta foi reestabelecer o pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia) que foi nativo na região e nomeou o bairro de “Pinheiros” desde o século XVII. Também foi realizado o primeiro jardim de chuva público da metrópole, com o Eng. Guilherme Castagna, um trecho dos antigos Campos Cerrados paulistanos com o ambientalista Hamilton Ribeiro, além de muitas outras espécies nativas da Mata Atlântica paulistana e que conviviam com as araucárias, como jerivás e canelas. O plantio foi realizado em mutirão voluntário em dezembro de 2017. Em 2020, foi adotado pelo Shopping Iguatemi, que realizou diversas melhorias.
Endereço: Entre as Ruas Butantã, Pais Leme e Padre Carvalho, Pinheiros, São Paulo, SP
Em maio de 2017, o arquiteto Sérgio Fontana dos Reis, o botânico Ricardo Cardim e o ambientalista Nik Sabey encontram um terreno público de 600 m² somente com grama exótica e sem sombra, muito árido e abandonado, em local de grande fluxo de pessoas e veículos no bairro de Pinheiros. Com o apoio da Subprefeitura de Pinheiros e recursos originados de doações privadas, foi removido uma camada de concreto sob o gramado e retirados mais de 20 caminhões grandes de entulhos e lixo, o que permitiu expor a terra preta e fértil das antigas várzeas do Rio Pinheiros. O plantio voluntário reuniu mais de 300 participantes, que plantaram cerca de 400 mudas de 80 espécies nativas da Mata Atlântica paulistana, incluindo árvores emblemáticas como jequitibá-rosa e uma filha da Figueira-das-Lágrimas (Ficus organensis). A despeito da surpresa de muitos, a Floresta de Bolso cresceu muito rápido e sem nenhuma manutenção, e em menos de dois já tinha sombreado todo o solo. Hoje se tornou uma referência no bairro e uma prova de que é possível resgatar facilmente a biodiversidade nativa nas cidades.
As árvores foram doadas pelo viveiro Fábrica de Árvores.
Endereço: Entre as Ruas Butantã, Pais Leme e Padre Carvalho, Pinheiros, São Paulo, SP
Plantio de Floresta de Bolso na avenida mais movimentada da metrópole paulistana, em trecho do canteiro central com 1000 m² e 1000 árvores nativas, incluindo muitas frutíferas.
Endereço: Marginal Tietê, no encontro do rio Tietê com o rio Tamanduateí, Zona Leste, São Paulo, SP.
Ação junto ao projeto Verdejando da rede Globo, reuniu centenas de voluntários para plantar uma grande Floresta de Bolso de Mata Atlântica em frente a biblioteca do parque da Juventude.
Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2630 – Carandiru, São Paulo – SP.
Em uma praça pública nas antigas várzeas do rio Pinheiros, a Floresta de Bolso foi plantada pelos colaboradores da empresa Accenture e centenas de outros voluntários. Na linha do tempo das imagens, seu crescimento em 3 anos.
Endereço: Av. Professor Alceu Maynard Araújo, 650 – Vila Cruzeiro, São Paulo – SP.
Plantio em mutirão dos colaboradores da Telefonica Vivo em 1500 m² de Floresta de Bolso de Mata Atlântica. Hoje uma restauração ecológica com diferentes estratos florestais e vigorosa.
Endereço: Abaixo da Ponte do Jaguaré, sentido Osasco, na margem direita do rio Pinheiros.
Plantio patrocinado pela Telefonica Vivo de 1.500 árvores nativas da Mata Atlântica paulistana no canteiro central entre as pistas expressa e local da Marginal Pinheiros da margem direita, incluindo diferentes “capões” de Florestas de Bolso nos trechos com largura suficiente.
Com as centenas de árvores nativas da Mata Atlântica regional utilizadas nos estandes da Heineken no Rock in Rio, foi proposta uma grande Floresta de Bolso em área de entulhos remanescente na árida Cidade Olímpica. Assim, todo o solo de entulhos foi trocado por solo vegetal em um metro de profundidade, e plantada a floresta. Hoje ela está totalmente fechada e densa.
Endereço: Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401 – Barra da Tijuca.
Floresta de Bolso somente com espécies frutíferas da Mata Atlântica, viabilizada pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, em mais de 10.000 m² na ONG, em homenagem as crianças brasileiras falecidas na Pandemia do Coronavírus, e também com o objetivo de produzir frutas nativas para geração de renda na comunidade.
Endereço: R. Alziro Pinheiro Magalhães, 578 – Parque Sao Miguel.
Após obter autorização do governo do estado de São Paulo e recursos privados, o arquiteto Sérgio Fontana dos Reis, o botânico Ricardo Cardim e o ambientalista Nik Sabey planejaram uma Floresta de Bolso em grande extensão em uma área árida e descampada do Parque Cândido Portinari, anexo ao Parque Villa Lobos, na Zona Oeste paulistana. Porjeto realizado em diferentes etapas com mutirão voluntário, que chegaram a ter mais de 500 participantes em uma das edições. Hoje está uma restauração ecológica densa e diversa, sobre metros de aterros e lixo do século passado.
Endereço: Av. Queiroz Filho, 1365 – Vila Hamburguesa.
Após obter autorização e apoio do governo do estado de São Paulo, o arquiteto Sérgio Fontana dos Reis, o botânico Ricardo Cardim e o ambientalista Nik Sabey planejaram uma Floresta de Bolso no talude do Rio Pinheiros, a primeira e única, que hoje está magnifica, mostrando um caminho de beleza e sustentabilidade para o rio Pinheiros, que infelizmente não foi mais autorizado, a despeito da obtenção de recursos privados para outras 18.000 árvores nativas.
Endereço: margem do rio Pinheiros em frente a Estação CPTM Pinheiros.
Essa foi a primeira Floresta de Bolso pública em mutirão voluntário. Iniciada com uma palestra junto ao CADES da Subprefeitura de Pinheiros, resultou na restauração ecológica de praça gramada onde era a margem do Córrego Uberabinha, hoje canalizado. Ação do arquiteto Sérgio Fontana dos Reis, do botânico Ricardo Cardim e do ambientalista Nik Sabey junto a centenas de voluntários.
Endereço: Av. Hélio Pelegrino, próximo ao cruzamento da Av. Santo Amaro.
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